2007-03-30

Circuladô de Fulô - Caetano Veloso

A veces me pongo un tanto sentimental, y otras arrastro un poco mis propias nostalgias por la ruta, pero luego se me pasa, es más que todo, el efecto de la distancia y la soledad. Peor y me estoy acostumbrando.
Para eso, que mejor que salir a escuchar buena música, mover un poco la patita y correr en esa vieja tradición sin sentido más que deportivo y egoísta.
Acompañado por una buena voz, todo es más fácil, casi ni se nota la distancia, casi ni se siente que recién voy por la mitad, que es verdad que recién acabo de empezar a correr. Y no se puede parar.
Pero que nadie me siga porque todavía no se bien adonde voy.

Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô de
fulô e ainda quem falta me dá

soando como um shamisen e feito apenas com um arame
tenso um cabo e uma lata velha num fim de festafeira no
pino do sol a pino mas para outros não existia aquela música
não podia porque não podia popular aquela música se não
canta não é popular se não afina não tintina não tarantina e
no entanto puxada na tripa da miséria na tripa tensa da mais
megera miséria física e doendo doendo como um prego
na palma da mão um ferrugem prego cego na
palma espalma da mão coração exposto como um nervo
tenso retenso um renegro prego cego durando na palma
polpa da mão ao sol

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
porque eu não posso guiá eviva quem já me deu
circuladô de fulô e ainda quem falta me dá

o povo é o inventalínguas na malícia da maestria no matreiro
da maravilha no visgo do improviso tenteando a travessia
azeitava o eixo do sol

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
porque eu não posso guiá eviva quem já me deu
circuladô de fulô e ainda quem falta me dá

e não peça que eu te guie não peça despeça que eu te guie
desguie que eu te peça promessa que eu te fie me deixe
me esqueça me largue me desamargue que no fim eu acerto que
no fim eu reverto que no fim eu conserto e para o fim me
reservo e se verá que estou certo e se verá que tem jeito e se
verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem faz
cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre que
me ensinou já não dá ensinamento

circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
porque eu não posso guiá eviva quem já me deu

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